Outro dia, estava fazendo um trabalho do mestrado e iniciei algumas leituras sobre Portugal.
É incrível e, ao mesmo tempo, inacreditável pensar que depois de séculos de domínio sobre outros países, de descobertas marítimas, os portugueses enfrentam enfim, aquilo que se poderia chamar de "a era down".
Fiquei me perguntando se Camões ainda fosse vivo, e visse a atual situação de Portugal - não somente com relação ao próprio esquecimento dos grandes feitos heróicos, que outrora havia sido tão proclamado, mas também a própria indiferença do continente europeu com relação a esse país - , se ele visse tudo isso, o que ele iria escrever.
Hoje, Portugal é revisitado em José Saramago, quando esse escritor relembra a era gloriosa dos lusitanos e levanta a questão: de que serviu tantas descobertas se hoje, a nação não se encontra na própria Europa? Se hoje a nação não conseguiu ainda consolidar uma identidade verdadeiramente nacional?!
Se Camões visse isso, com certeza arregalaria os dois olhos (ops, um só) de tanto espanto e comoção.
É, muita coisa ainda tem que ser repensada sobre os lusitanos, mas que isso também nos sirva de lição; se os portugueses se sentem meio alheios ao próprio continente, e nós, brasileiros, que nunca nos propusemos na frente de outros países, que nunca descobrimos outras terras? E nós?!!
continua no próximo capítulo...
Muito bom o ponto levantando, o que me fez lembrar o que a Prof. Ana Paula Arnaut falou sobre a era "pós" em Portugal. Dizia ela que ao contrário do que se pensa, o 'pós-moderno/modernismo' (como queiram enquadrar) em Portugal se diferencia dessa generalização que virou o termo, pois os escritores contemporâneos ainda carregam a questão ideológica no que se propõe, se preocupam com a escrita e com o contexto. Seja ele, nesse caso do texto, a busca da identidade lusitana. E os demais escritores pelo mundo, o que estão a fazer acerca do que escrevem? Eu, como pesquisador desse fenômeno, preciso mesmo questionar uns e outros livros e escritores que vemos por ai!
ResponderExcluir