No processo de criação do texto ficcional, seria possível, para o escritor, desvencilhar-se da bagagem de leituras que o constitui para desenvolver sua própria produtividade literária?
O que é válido então? O diálogo com outros discursos ou a originalidade da obra?
Mas o caráter particularizador de uma obra não seria justamente a exata reformulação de outras idéias, anteriormente preconizadas?
Já dizia Leula Perrone-Moisés (1978, p. 71): "Está claro que nenhuma ciência pretende prestar contas integralmente de seu objeto, e que o avanço científico só ocorre a partir da modéstia fundamental do "cada vez mais", da constante reformulação".
Acho que, de alguma maneira, o grande valor que reside na literatura é a capacidade da não-conclusão, do inacabamento. E, novamente nas palavras de Perrone, "[...] o poeta é aquele que, por seu sacrifício, mantém em sua obra a pergunta aberta", p. 75.
Por Thaís Silva
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