Fico impressionada quando leio um texto de George Steiner (2001) sobre um certo leitor incomum. Me delicio a cada palavra que o autor utiliza para se remeter ao sujeito que fica do outro lado do livro, do lado de fora, lendo o que uma outra pessoa escreveu. É incrível isso, não?
Tem gente que passa a vida inteira escrevendo; vive para a literatura e sobrevive exclusivamente dela. E há também os que vivem saboreando as idéias alheias. Eu sou uma delas...
Uma vez, me disseram que pior não era aquele que só escrevia livros; pior mesmo era o que passavam o tempo lendo o que os outros tinham a dizer... Não sei se é totalmente uma perda de tempo.
Para mim, a leitura não é uma simples fuga da realidade (aliás, eu nunca a considerei assim). A literatura na minha vida ocupa um lugar especial e quase que exclusivo, e não me sinto menos viva do que aqueles que aproveitam o tempo "vivendo", ao invés de ler.
Retomando George Steiner (2001), "a leitura (...) não é uma ação casual, impremeditada. Trata-se de um encontro cortês, quase que nobre, entre uma pessoa e uma daquelas "visitas importantes" cuja entrada na casa de simples imortais é evocada (...) "como num dia festivo".
E assim, confirmando o que diz Steiner (2001), diante dos "meus clássicos", me visto com a melhor das minhas vestimentas e me refugio no mais absurdo dos silêncios, para adentrar na ficção, e sofrer com meus personagens as suas dores, suas vitórias... Pois o leitor, "[...] ao fixar momentaneamente seu olhar na palavra escrita, nela procura a chama que lhe incendiará o espírito".
O livro para mim incendia meu espírito!!!!
Acabei chegando aqui e gostando. Adoro compartilhar leituras, como você faz!
ResponderExcluirAbraço
Vamos compartilhar leituras então! Seja bem-vindo!
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