sexta-feira, 13 de abril de 2012

O que restou de mim...

Há tempos que não escrevo. Mas justifico-me: minhas paixonites recentes (como Mário de Andrade e Chico Buarque) andam consumindo meu precioso tempo.
Ademais, para compartilhar algo realmente bom com vocês, é preciso tempo; tempo e idéias frescas, e disposição e entrega...
Nesse meio tempo, algumas vozes vêm em meu auxílio. E aposto que irão amar...
Senhoras e senhores, com vocês, Adélia Prado e Florbela Espanca!!! E bon appeti!

Com licença poética

"Quando nasci um anjo esbelto,desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não sou tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos- dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree,já a minha vontade da alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou". A. Prado


SER POETA

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
é condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
                                                   F. Espanca

Um comentário:

  1. Quando nasci um anjo esbelto,desses que tocam trombeta, anunciou: vai ser poeta. Por isso sou dono(a) de mil desejos e não sei o que procuro. Mas minha busca é eterna... busco a poesia.

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