sábado, 3 de março de 2012

de Mário de Andrade para Fernando Sabino (ou seria para Thaís Silva????)

E às vezes, me pego até em devaneios literários, pensando se a vida é mesmo ruim. Pode até ser que haja grandes momentos dolorosos e penosos pra gente sim, mas quando encontro um livro que me diz exatamente o que eu precisava ouvir, então, eu digo para mim mesma que viver é bom demais!!!!! Porque só vivendo é que é possível o prazer da leitura.... olha só!
Bem, diante disso tudo, e como vcs me são muito caros, compartilho minhas preciosidades no meu blog...
No mais, só posso adiantar que atualmente vivo uma paixonite com o sr. Mário de Andrade, e que só não me entrego plenamente à ele, pq seria uma traição sem precedentes com a sra. Rachel.

Diz o sr. Mário para o sr. Fernando:

"[...] O simples fato do artista estar sinceramente entregue ao pensamento do seu assunto, a tomar notas de frases, de traços psicológicos, de formas, de idéias o vai predispondo psicologicamente para o ato de criação. E esta chega mesmo. [...] Principalmente para o prosador. De fato, o poeta só deve criar quando em “estado de poesia”. [...] O prosador não. O prosador lida com a inteligência lógica, está no plano do consciente, das relações de causa a efeito. O seu discurso tem cabeça, tronco e membros, princípio-meio-e-fim [...]".
[...] De resto, quando falei que de posse de um assunto o artista tem que pesar os possíveis valores funcionais dele (que podem ser também apenas de beleza) e depois decidir do instrumento estético que vai realizar milhormente esse assunto, de forma alguma exigi que isso fosse feito antes da criação. Em grande parte é feito durante a criação e pode ser feito depois. O que é preciso é que haja esse trabalho crítico, essa autocrítica também, é imprescindível" (ANDRADE, 1993).

E a melhor parte:

"Bom: também não faça desse problema um caso de vida ou de morte. O que é preciso é você ter coragem, na sua idade, pra se afirmar diante de um espelho e com toda a seriedade que a arte é uma coisa muito séria [...]"

 E por fim:
"Mas é que sempre tive a convicção (e exemplos) que os bons aguentam o tranco, dão por paus e por pedras, mas vão pra diante de qualquer maneira".

Um comentário:

  1. Fazia um tempo que aqui não aparecia, mas é sempre bom visitar seu blog, são viagens que fazemos e nos perdemos na própria arte, que de tão próxima, às vezes nos é estranha, e estranha no bom sentido, aquele sentido que nos dá vontade de descobrir mais sobre ela. É a arte que respiramos todos os dias, seja na música que escutamos no caminho do trabalho, seja no livro de cabeceira, seja no filme do final de semana. A arte é um propósito, é início, meio e fim. Basta que tenhamos coragem de admitir isso e encarar a vida, sabendo que a arte é indispensável, pois é inerente ao homem, está imbricada no ser.

    Me estendi demais e filosofei um pouco. Mas é isso... Gosto muito de vir aqui, me inspira! =D

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