quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aprendendo a viver (com a literatura)

Se, de alguma maneira, pode-se dizer que aprendemos com os livros que lemos, com as histórias que nos conduzem para universos que nos são alheios, então, podemos também considerar que a frase de Maria Luíza de Queiroz tem, de fato, total significado: “A ficção tem mais peso do que a modesta realidade”.
Quando leio Erico Veríssimo, por exemplo, sinto-me como parte de uma realidade tão distante e, ao mesmo tempo, tão próxima de mim, que acabo me reconhecendo um pouco em Clarissa e em Ana Terra. Sou Clarissa no meu lado doce, humano, simples; e sou também Ana, no meu lado forte, corajoso e decidido.
Então, será mesmo que a Literatura tem poder sobre nós? Ela é, de fato, capaz de nos emancipar? Acho que é possível.
À mim, pelo menos, ela é emancipadora. E não adianta dizer que isso é absurdo ou ilusão; para mim, a ficção é uma fonte de preenchimento. Fonte inesgotável, eu diria, porque além de me ajudar a compreender uma série de coisas sobre a vida, sobre a realidade que me cerca, sobre o mundo (e sobre o meu mundo), ela ainda me desperta para outras possibilidades de entendimento, ela me conduz à outros pontos de vista, ela me dignifica, ela me reitera, ela me preenche, ela me completa. Ela me diz não o que eu quero, mas o que eu preciso saber. Ela me tira do conforto, mas também me acolhe. Ela me emociona, mas também me causa estranhamento...
E, quanto a brilhante frase de Maria Luíza, eu acrescentaria: a ficção tem mais peso do que a modesta realidade, não pelo fato de que a vida é simples demais, é crua demais na sua completa nudez, mas porque a ficção (e somente ela) tem o surpreendente poder de nos possibilitar. Seja o que quer que você queira que essa última palavra signifique.

Por Thaís Silva

sábado, 27 de agosto de 2011

De Virgínia Woolf só para mulheres...


“Em todos os séculos, as mulheres têm servido de espelhos dotados do mágico e delicioso poder de refletir a figura do homem com o dobro de seu tamanho natural. Sem esse poder, a Terra provavelmente seria um pântano e selva. (...) Eis porque tanto Napoleão quanto Mussolini insistem tão enfaticamente na inferioridade das mulheres, pois, não fossem elas inferiores, eles deixariam de engrandecer-se. (WOOLF, 1985, p. 48).

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Ipê de que eu havia falado antes...

Foto: Marcel Brito

As estações

O que anda acontecendo com as árvores?  Afinal, a estação já mudou? Se não, então é tempo de repararmos mais na natureza e apreciarmos melhor toda a sua beleza e completude. Digo isso, porque, às vezes, em meio ao turbilhão de nossos problemas de cada dia, os lindos e imponentes ipês, olmos e jacarandás, nos passam despercebidos e até ignorados.
Será que nossos olhos, nossos sentidos, não nos ajudam mais a perceber a essência das coisas? A beleza das coisas simples que nos rodeiam e nos  presenteiam diariamente?
Pois bem, diante disso, eu digo e reitero: É preciso amar a simplicidade da natureza, contemplá-la em cada mínimo detalhe, pois assim também é a vida. Que tantas vezes passa depressa, sem ser apreciada, sem ser vivida...
E pra finalizar, faço uso (com toda a licença desse mundo) das palavras imponentes do célebre poeta Mário Quintana, quando disse algo sobre a felicidade, para fazer o meu poeminha, "Da Natureza":
DA FELICIDADE

"Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!"

Da Natureza
Quantas vezes a gente, em busca da beleza,
Da novidade, daquilo que surpreende,
Passa tão rápida e despercebidamente,
Que esquece que é a flor do ipê
A beleza que verdadeiramente nos rende!

Pos Thaís Silva
Com todo carinho, como singela homenagem às flores dos Ipês do campus da UFV.

domingo, 14 de agosto de 2011

BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana